terça-feira, 7 de outubro de 2008

Esta é Júlia.





Pingo de gente que gosta
De todos os pingos nos is.





Júlia tem cabelos cor de mel, olhinhos de azeitona.
Nariz de batatinha e boquinha de morango.





Júlia também é muito inteligente
E se preocupa com a vida da gente.





Outro dia ela viu na televisão um grande desacerto social.


Ligada nisso, foi perguntar ao se pai:
- Pai, porque o mundo é assim e etecetera e tal?





Foi quando seu pai lhe falou:
- Desencana Júlia, isso não é assunto de criança.


Cada macaco no seu galho.





- Se isso não é assunto de criança, de quem será então?




Júlia se sentiu pequenininha diante da resposta do pai.





Ela sabia que o mundo estava doente.
Mas ela queria um mundo diferente.


Diferente igual ao primo William que tem cabelo vermelho e usa óculos.
Porque o mundo não pode ser igual ao primo William?
Bonito, mas diferente?





Será que o mundo não tem solução?


Será que uma varinha de condão não resolveria a situação?





Ou a saída é se mandar para outro planeta bem longe daqui?





Júlia acredita que não.


Ela pensa num mundo diferente,


Pra frente...


Sem medo ou violência.



Júlia acredita que o mundo pode ser um lugar quentinho.
Igual ninho.
Um lugar feito dia ensolarado, onde tudo parece
iluminado, sereno, abençoado...





Júlia não queria ficar de braços cruzados.
Queria fazer algo para ver o mundo mudado.





Ela sabia que não podia fazer muita coisa.


Afinal era só uma criança.


Mas para colher alguma coisa, primeiro a gente tem que plantar.





Júlia então perdeu o medo e foi fazer sua parte.


Que juntando com outra parte e com a sua parte,
Dá um monte de parte iguais.





Júlia só quer um mundo verdade.


E de tanto procurar acabou descobrindo que no fim do arco-íris ao invés de pote de ouro, existe algo mais interessante, rico e bonito:





Júlia então perdeu o juízo, e encheu o mundo de amor.





(Texto,Rabiscos e colagens de Fatima Reis)